(Opinião até o episódio 8) Assault Lily Bouquet: É fácil fazer uma história dentro de um cercadinho
Mais uma temporada de animes terminando. Nessa época, quem me segue no Twitter deve ver que costumo dar uma nota alta (9 ou 10) pra maioria dos animes que concluo. É um costume que tenho faz tempo, já faz parte do meu jeito. Se eu me interessei no anime a ponto de terminar, me divertiu no processo e nada nele me incomodou, nota 10 pra mim. Eu gasto meu tempo com animes basicamente pra duas coisas, relaxar e me divertir, e assim esquecer um pouco meus próprios problemas.
Mas o que é que um anime precisa ter pra eu me "divertir" com ele? Isso pode variar pra cada pessoa. No meu caso, eu me divirto com comédia (e tem vários tipos de comédia, mas não quero desviar tanto do foco como já estou fazendo), cenas de ação BUNITAS (amo sakuga), referências otakas, coisas que mexem com emoções... e duas coisas que gosto em especial: mundos bem construídos e histórias que me deixam curioso. Estou sentindo falta de ambos em Assault Lily Bouquet.
Eu peguei esse anime pra ver mais por causa da abertura do que pela sinopse, que mesmo sem eu olhar deve ser algo do tipo: meninas que podem usar magia lutando contra monstros. Dá pra resumir só pelo gênero, Mahou Shoujo (gênero esse que eu gosto bastante até). Enfim, a abertura de altíssima qualidade, junto com a música que é do jeito que gosto também, me fizeram achar que valeria a pena acompanhar, pois no mínimo prometia lutas muito bem feitas. E isso Assault Lily está entregando sim!
Mas, até o episódio 8, parece que essa é a única coisa que consigo elogiar. Ele tinha, dentro do plot que tenta desenvolver, um potencial pra pelo menos igualar outros mahou shoujos mais famosos, mesmo que fosse só um copiar/colar, na cara dura mesmo, eu não ligaria. As lutas com certa violência e perigo reais consigo ver que bebe da mesma fonte de Madoka Magica. Já o fato de ter um diretor que cuida das garotas e as protege, enquanto se opõe a órgãos políticos mais poderosos, parece se inspirar no que eu já vi em Evangelion e Symphogear.
Só que, enquanto Lily tenta copiar ideias de obras maiores, ele falha em mostrar como tudo isso afeta aquele mundo. Até agora, houve apenas um único episódio (justamente o mais interessante) em que uma das protagonistas sai da escola e vai para uma vila próxima comprar uma garrafa de Ramune. E esse episódio foi o máximo que pudemos ver de como é aquele mundo afetado pelos monstros. O resto se passa inteiro dentro do cercadinho da escola. Sim, até as lutas contra os monstros acontecem na praia que faz parte da escola. Os monstros vem até elas. Elas não saem dali! Assim fica muito fácil controlar tudo que acontece na história. A influência externa que poderia ocorrer, como os espiões que apareceram no episódio 8, não afetaram a vida de ninguém lá dentro além do diretor, pelo menos por enquanto. Estou torcendo pela hora em que ele não conseguirá aguentar a pressão externa, ou que dê alguma merda com uma garota nova que surgiu, pra ver se finalmente algo maior sai dessa história. Se eu não sei direito como os monstros afetaram a humanidade, não consigo me importar com a luta contra eles. É tão importante assim essa luta?
"Ah, talvez os monstros me deixem curioso sobre o que eles são..." Nem isso. O foco da história já se desviou deles, agora tem a ver com o poder das Lilies serem usados militarmente numa futura guerra entre nações... tipo, é como se os monstros alienígenas não importassem mais, mesmo ainda não tendo sido derrotados. Queria eu ter a autoconfiança desse pessoal.
Madoka demorava um pouco pra expandir o mundo, mas quando fez isso, não se conteve em mostrar linhas do tempo diferentes e revelar que literalmente todo o universo estava envolvido (e quando fez isso, vc percebia que tudo já estava construído desde o começo). Ah, e em Madoka, Pretty Cure, Strike Witches, Symphogear, Sakura e quase qualquer outro mahou shoujo que consigo lembrar, eram as garotas que saíam da sua zona de conforto pra caçar o inimigo, não raro em outros países ou até outros planetas (saudades Star Twinkle).
Comentários
Postar um comentário